Ibadã
Ibadã batuque pra zumbi
Ê Ibadã cantando Yorubá
Alfaias e Ganzás caatinga é sede
Ibadã cantando Yorubá
Ê Ibadã cantando Yorubá
na Avenida calunga já bailô
(17 de novembro de 2009 às 14:30h)
::: José Leite Neto
Sou um todo, Feita de detalhes, como uma colcha antiga, cosida a retalhos. Cada pedaço é um ato, um laço atado em meu ser... são pedaços vermelhos de mim, vermelhas as paixões que vivi! vermelhas as tensões que sofri! vermelho o batom que usei! vermelho o tambor que toquei! cada muitos pedaços vermelhos: o escarlate, o carmesim e o magenta, estão todos nessa lenda onde moro, morro e sei. Jan de IanSá foto: http://www.bordadosdalea.com.br
Meu querido amigo alexandre comentou poeticamente:
se alguém encarna frida
vou querer ser ela também
ainda sem dizer amém
não é que que eu queira mal
ou bem
é que mimha alma resiste
mesmo eu sendo triste
triste é nascer
e viver
sem ver o pôr-do-sol
nem tomar banho de chuva
difícil é ser vc mesmo
melhor é ser louco a esmo...
porque todos somos iguais
apenas não suportando
queremos proclamar a diferença
para tentar ficar acima
do outro que fica indiferente lá embaixo...
é que eu me acostumei a sentir uma dor que mais ninguém
sente...
e se mais alguém sente, quase ninguém sabe...
os gritos sufocam a noite
e escapamos da vida que gostaríamos de ter
viva frida! eu calo
Mais informações sobre a Nação Fortaleza no site http://www.batoque.com/fortaleza
e sobre a obra do cantor, no dicionário Cravo Albin de música popular brasileira http://www.dicionariompb.com.br/verbete.asp?tabela=T_FORM_A&nome=Cal%E9+Alencar
Fotos do blog da Nação Fortaleza.
Jan de IanSá
E para quem quer saber mais da biografia dessa figura nobre do mundo, eis a que Nelson Augusto(dileto radialista, jornalista e produtor cultural da nossa terrinha) postou em seu site:
Christiano Câmara: trajetória de vida
O pesquisador cearense e musicólogo Christiano Câmara nasceu na casa onde mora, à rua Baturité, 162 (antiga rua da Escadinha), no centro de Fortaleza, no dia 7 de outubro de 1935. Seu pai, jornalista Gilberto Câmara, foi um dos fundadores da Associação Cearense de Imprensa (ACI) e conceituado critico literário. Sua mãe era Zuleika Stael Câmara, uma das primeiras funcionárias dos Correios e Telégrafos. Ambos são falecidos.
Christiano cursou o primário no Colégio Castelo (de saudosa memória) e o ginasial no São João (também já destruído). Terminou o curso científico no Liceu Estadual do Ceará (que ainda existe e resiste à especulação imobiliária que está desfigurando nossa cidade). Embora não tenha cursado Faculdade, é um conceituado autodidata em matéria de Música (de qualquer espécie: popular, erudita, internacional ou de cinema). Também é profundo conhecedor da História do Cinema. Aliás, costuma dar palestras em ambas as matérias.
Em 1956, casou-se com Douvina de Andrade Câmara (com a qual vive até hoje, coisa raríssima nos dias atuais), e de cujo amor nasceram três filhas: Wanda, Zuleika e Yara (nascida em 1961 e falecida em 1976). Wanda e Zuleika lhes deram cinco maravilhosos netos, os quais, segundo Christiano, trouxeram nova luz à sua inquebrantável vontade de viver. São eles: Adriana, Thais, Christiano, Sara e Gustavo.
De 1950 a 1956, trabalhou no antigo IAPI (Instituto de Aposentadoria e Pensão de Industriários, hoje extinto) e, a partir de 1956 e até se aposentar, em 1979, no Banco do Brasil. A exemplo de seu pai, exerceu o jornalismo colaborador, escrevendo para o jornal O Povo uma coluna semanal sobre Música e Cinema. Isto durou de julho de 1974 até outubro de 1981.
De julho de 1982 a novembro de 1984, a convite do radialista Cid Carvalho (na época, Diretor da Rádio Cidade) produziu e apresentou (aos domingos, às três da tarde, na mesma rádio) 112 programas sobre Música Erudita, sempre procurando elevar o nível artístico dos ouvintes e recompondo acima de tudo a Verdade Histórica, desmistificando muita lenda criada em torno dos Grandes Mestres da Música.
De junho de 1989 a novembro de 1994, a convite do Dr. José Rego (seu amigo particular), produziu e apresentou 99 programas de Música Popular para a "Rádio Cultura dos Inhamuns", da cidade de Tauá (CE). O critério adotado para a feitura desses programas era o mesmo da Música Erudita.
Em abril de 1999, através da "Soft e Book", supervisionado por Henilton Menezes e Odilon Camargo, foi lançado o CD-ROM intitulado "Outras Histórias da Música Popular Brasileira", onde Christiano (acima de tudo) resgata a verdade histórica do nosso cancioneiro. A partir de 1952, Christiano começou a colecionar discos. Dez anos depois, tornou-se pesquisador, estendendo suas atividades para a História do Cinema. Hoje em dia, sua coleção conta com cerca de 20 mil discos (de cera e de vinil); 800 quadros; seis estantes de livros e quatro mil fitas (em VHS) de filmes famosos, principalmente dos anos 30, a chamada "época de ouro da Música e do Cinema".
Em agosto de 2002, o acervo de Christiano foi registrado juridicamente como uma academia cultural (sem fins lucrativos), que recebeu o nome de "Associação dos Amigos da Casa de Christiano Câmara". Há 40 anos, Christiano serve, diuturnamente, à cidade de Fortaleza, recebendo em seu acervo alunos de todos os níveis.
O resultado de tanta dedicação à Cultura foi um filme de curta-metragem (18min) em 35mm, feito em fevereiro de 2002 pelo cineasta Márcio Câmara, sobrinho do biografado. Este documentário,intitulado "Rua da Escadinha, 162", traz depoimentos apaixonados (e apaixonantes) do pesquisador, um dos poucos que não diz "Amém" a tudo o que a "Mídia" (a serviço de interesses estrangeiros) divulga, distorcendo a realidade dos fatos. Exibido em todos os principais Festivais de Cinema, até outubro de 2003, já havia recebido vinte prêmios.
Rua da Escadinha, 162: o filme
"Rua da Escadinha 162" é um documentário-libelo do cineasta cearense Márcio Câmara sobre o acervo litero-musical-cinematográfico de seu tio, o pesquisador-historiador Christiano Câmara, que, há quatro décadas, serve, diuturnamente, à cidade de Fortaleza, sem a menor ajuda dos órgãos oficiais de cultura dos governos federal e estadual.
Para as filmagens, Márcio passou dez dias indo à casa de seu tio (situada no endereço acima) e dois meses no Rio de Janeiro, ultimando a montagem final deste trabalho, que custou R$ 65 mil - realizado em filme de 16mm e, posteriormente, transposto para 35mm, a fim de poder ser exibido nas telas de vários cinemas do Brasil, em cujos festivais já recebeu os seguintes prêmios:
* 8° É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários (Rio, de 8 a 13 de abril/2003):Selecionado;
* 7° Cine PE - Festival de Audiovisual (Recife, de 24 a 30 de abril/2003): Melhor Documentário, Direção, Roteiro e Montagem; * 13° Cine Ceará (Fortaleza, de 7 a 13 de maio/2003: Melhor Montagem;
* 7° Festival Audiovisual do Mercosul (Florianópolis, de 20 a 30 de maio/2003): Melhor Documentário;
* 3° Festival Luso-Brasileiro de Curtas-Metragens de Sergipe (Aracaju, de 19 a 25 de junho/2003): Melhor Filme;
* 2° Catarina Festival de Documentários (Camboriú - SC, de 13 a 18 de agosto/2003): Melhor Som Direto;
* 31° Festival de Gramado - RS (de 18 a 23 de agosto/2003): Selecionado;
* 14° Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo (São Paulo, de 28 de agosto a 6 de setembro/2003): Prêmio de Aquisição do Canal Brasil; Prêmio Unibanco de Cinema; Prêmio por ter sido um dos 10 mais votados entre 105 concorrentes;
* 30 de setembro/2003: Tatu de Ouro Melhor Filme Documental;
* 5° Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Horizonte (de 25 de setembro a 04 de outubro/2003): Prêmios de Diretor-Revelação; Melhor Curta Brasileiro do Júri Oficial; Melhor Curta Brasileiro do Júri Popular;
* 19° Festival do Rio de Janeiro de 2003 - Prêmio de Melhor Curta-Metragem do Júri Popular
* Melhor Curta-Metragem do Prêmio Casablanca e Melhor Curta-Metragem do Júri Popular do Prêmio Casablanca, outubro de 2003. ENTREVISTAS E INFORMAÇÕES ADICIONAIS:
* Christiano Câmara - (85) 3226.8496
* Rildete Ribeiro (coordenadora do programa Museu Vivo) - (85) 3488.4132 / 9929.1995 rildetegr@bnb.gov.br
* Luciano Sá (assessoria de imprensa do BNB) - (85) 9117.1234 / 3299.3218 - lucianoms@bnb.gov.br
Fonte: www.nelsons.com.br - 06/12/2004
nelson@nelsons.com.br
O dia de ontem, que foi eterno, não parou por aqui, voltarei em breve para continuar a missão dos Percursos Urbanos edição especial (falta relatar o Seu Vavá e seu Cine Nazaré), mas por enquanto deliciem o documentário Rua da escadinha 162, vale a pena conferir:
http://www.portacurtas.com.br/coments.asp?Cod=1548#
Jan de IanSá